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Ela criou uma criptomoeda para chamar de sua e levantou US$ 10 mil #200

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Ela criou uma criptomoeda para chamar de sua e levantou US$ 10 mil

09/09/2018 - 17H21 - ATUALIZADA ÀS 17H24 - POR NAYARA FRAGA, DE MÔNACO*

Entusiasta das moedas digitais, a cantora Tatiana Moroz lançou a TatianaCoin para financiar um álbum e participar de um ecossistema que, segundo ela, é revolucionário

Tatiana Moroz tem voz doce e sorriso largo. Apresenta-se como “Tatiana, muito prazer”, como se fosse uma completa desconhecida. De certa forma, é. As músicas dessa americana de New Jersey estão longe de alcançar a massa. É um folk bom de ouvir - com letras carregadas de mensagens de paz, amor e uma boa dose de política -, mas que não satisfaz nenhuma gravadora tradicional. “Se eu fosse a uma gravadora e dissesse 'oi, eu quero fazer músicas anti-guerra' (inspiradas nos anos 60 e 70), eles iam dizer 'coloque sua calcinha e comece a rebolar no palco, porque isso é o que vende'. Em 2014, ela decidiu contornar essa dependência em relação às gravadoras do jeito mais "tech" possível.

Ela criou a TatianaCoin, uma moeda digital, não só como uma forma de tentar obter dinheiro para bancar seu novo álbum, como de criar um vínculo maior com seus fãs. É a primeira criptomoeda criada por artista de que se tem conhecimento. Não é valiosa, naturalmente. Está longe, muito longe, de ser um bitcoin. TatianaCoin é mais uma ideia baseada em algo que, segundo ela, é revolucionário. Ela falou a Época NEGÓCIOS após participar do painel Mulheres no Blockchain, ocorrido durante o evento CoinsBank Blockchain Cruise (congresso sobre blockchain que está ocorrendo a bordo de um cruzeiro, no Mediterrâneo).

De onde veio a ideia de criar a TatianaCoin? Minha paixão é usar a música para criar um impacto positivo no mundo. E meu apreço pelo mundo das criptomoedas é mais de uma perspectiva altruísta. Eu vejo as moedas virtuais como uma forma de tornar as pessoas livres, sabe? Decidi criar a TatianaCoin depois de fazer uma música sobre bitcoin que repercutiu na comunidade e refletir sobre a realidade da indústria da música e a minha carreira. O meu trabalho busca inspiração na música dos anos 60 e 70, quando os artistas enviavam uma mensagem contrária à guerra. Esse tipo de música não toca na rádio mais. Mesmo que estejamos (Estados Unidos) envolvidos em guerras nos últimos 20 anos, não há músicas antiguerra na praça.

Acho que isso acontece porque a indústria da música é um cartel. Eles são como gatekeepers (os que controlam o que passa pelo “portão” ou, neste caso, o que chega à massa). Por isso, criei essa criptomoeda, que basicamente é um token com a minha marca, para criar um laço direto com meus fãs. Qualquer artista precisa de duas coisas: fãs que apoiem você e dinheiro para que você consiga gravar um disco. Se eu vou a uma gravadora e digo "oi, eu quero fazer músicas antiguerra”, eles vão dizer “coloque sua calcinha e comece a rebolar no palco, porque isso é o que vende”. Por meio da criptomoeda, meus fãs me apoiam diretamente. Eles podem usar a TatianaCoin para comprar algo na minha loja ou enviá-la a outros amigos também.

Funcionou? Consegui US$ 10 mil. Não foi muito. Mas esse não foi o ponto principal, sabe? É uma coisa diferente que você, fã, está comprando. O ponto é que, para mim, foi um pouco subversivo o fato de que, ao mesmo tempo em que pessoas estavam me apoiando como artista, eu estava enfiando uma criptomoeda no bolso delas e dando a elas uma razão diferente para pensar sobre criptomoeda. Quando você usa a música para se comunicar, basicamente está transmitindo uma ideia com a qual as pessoas realmente podem se conectar emocionalmente.

Você se descreve como cantora, compositora e revolucionária. Você vê revolução nas criptomoedas? Criptomoeda é a melhor ferramenta que eu já vi para libertar a humanidade. Há um verso na minha canção The Bitcoin Song que diz: “Tantas vezes eu reclamei comigo mesma que nós não tínhamos uma chance, mas aí o Nakamoto [Satoshi Nakamoto, criador do bitcoin] surgiu com mais do que uma canção, trazendo o trabalho de volta aos homens". Desde criança, eu sempre pensei na música como a ferramenta mais poderosa do mundo. Juntando ela à criptomoeda, meu objetivo é ajudar a humanidade e trazer oportunidades às pessoas. Acho que as moedas virtuais podem revolucionar o mundo. É nisso que estou interessada: numa revolução.

Você disse, durante o painel Mulheres no Blockchain, que não acha interessante a pressão sobre mulheres para que elas entrem nesse mundo das criptomoedas e do blockchain. Por quê?

Acho que é bom apoiar mulheres, caso elas queiram entrar em campos relacionados à ciência. Um empurrão é bom. Mas por que você tem de ser um programador a fim de ser um membro valioso da sociedade, entende? Eu não acho que elas têm de ser pressionadas a programar ou fazer algo técnico, se não quiserem. Acho que é bom encorajar as pessoas a fazer o que elas querem.

*A repórter viajou a convite da CoinBene

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