training-center / forum

Dúvidas, dicas e sugestões gerais sobre carreira na área de desenvolvimento de software
MIT License
238 stars 10 forks source link

A computação é para mim? Quando foi que vocês descobriram que a área de programação de computadores era algo que lhes motivava? #73

Open osergioneto opened 6 years ago

osergioneto commented 6 years ago

Galera, estudo CC, estou no 3º semestre. Sempre gostei de computadores e afins. Já tenho contato com programação há um tempo (nada avançado), mesmo antes da faculdade, porém nunca tive um momento que me percebi AMANDO o que estou fazendo. Acho legal quando meus códigos funcionam e consigo passar horas quando sento para programar, mas não passa disso. Já em alguns hobbys meus (perfume e mangá) eu estou sempre pesquisando bastante e sabendo mais, enquanto para conhecimentos da área eu não corro tanto atrás. Pode ser porque são entretenimentos mais confortáveis.

Tive contato com um pouco de front-end e agora estou estudando backend com Node. Estudei C e agora estudo Java pela universidade. Também já usei um pouco de mySQL e curti.

Vocês tiveram um ponto de virada que perceberam que gostavam MUITO daquilo que faziam? Acham que experiências no mercado poderiam me ajudar a ver se é isso mesmo que deveria fazer? Ou só acham que a área não é para mim?

Titowisk commented 6 years ago

Vou pegar uns trechos interessantes do seu relato:

"Sempre gostei de computadores e afins."

"Já tenho contato com programação há um tempo (nada avançado), mesmo antes da faculdade,"

"Acho legal quando meus códigos funcionam e consigo passar horas quando sento para programar" Você parece gostar do que faz.

"Tive contato com um pouco de front-end e agora estou estudando backend com Node. Estudei C e agora estudo Java pela universidade. Também já usei um pouco de mySQL e curti."

Vejo isso aqui e parece que essa área de TI é algo que você gosta/tem interesse e também algo que você curte estudar.

" porém nunca tive um momento que me percebi AMANDO o que estou fazendo."

Velho, cuidado com essa palavra. Amar o que faz pode significar várias coisas.

E outra coisa: amar o que faz não significa sentir prazer diário com sua atividade. Trabalho é trabalho, diversão é diversão.

O @woliveiras tem um artigo massa refletindo sobre isso, peça pra ele botar o link (eu esqueci qual é :P)

Resumo: pelo seu relato, a área de TI parece ser algo que combina com você, por isso acho que vale a pena você investir nela. Se mais tarde perceber que não gosta, mude de área :)

Eu mesmo tenho 28 anos, cursei engenharia civil, experimentei avaliação de imóveis, estudei finanças e me encontrei aqui em TI 😋 , se quiser bater um papo só falar :)

woliveiras commented 6 years ago

@Titowisk mandou muito bem na resposta!

Sobre estudar programação ou qualquer coisa: precisamos buscar um propósito. O Vitor falou tudo ali: impacto social, status, dinheiro, a própria execução da função. Isso são propóstios.

Quando nós fazemos um sistema precisamos entender o propósito dele. Trabalhei em um site onde o seu propósito era inspirar pessoas a construírem a casa dos seus sonhos através do design de interiores. Em outro o propósito era entregar o melhor produto para pessoas de todas as rendas e pra isso a empresa parcela em mais opções do que outros sites.

Esses propósitos motivam algumas pessoas e outras não. Outras nem entendiam o que estavam fazendo no seu dia-a-dia, pra elas era só bater tecla e fazer o que o Product Owner trazia da área de negócios... Essas últimas são as pessoas que se frustram em suas profissões. E não é só em tecnologia, é em toda área de atuação.

Estudando na faculdade ou mesmo outros cursos (acredito que até estudando por conta), dificilmente você vai encontrar propósito no código que escreve. Você vai achar isso quando for fazer um sistema para alguém e sentir que esse sistema aumenta a produtividade da pessoa, que ajuda essa pessoa a não perder mais os dados sobre seu negócio ou mesmo que ajuda a pessoa a viver melhor através de acessibilidade e inclusão.

Uma dica, se você tiver tempo, é: procure fazer softwares para alguém enquanto está na faculdade. Isso, além de te inspirar, vai trazer um portfólio e mais conhecimento.

Sobre estudar e as vezes cansar daquilo, acontece com todo mundo e o tempo todo... As vezes estamos estudando e pensamos: puxa que saco estudar essa disgrama aqui. Só continuamos porque sabemos que vamos precisar desse conhecimento (como estudar padrões de projetos em Java) para fazer bons sistemas que irão ajudar as pessoas. :)

A gente só sente "tesão" em estudar quando pegamos algo muito novo para aprender sozinhos, quando os professores manjam de inspirar pessoas ou quando imaginamos as possibilidades de uso daquilo que estamos conhecendo. Se você encontrar as possibilidades de uso para o seu conhecimento, já vai dar um up no seu entusiasmo. \o/

O artigo sobre trabalho e fazer o que ama é esse aqui: Escolha um trabalho que você ame e nunca terá que trabalhar: uma mentira. Valeu pela indicação, Vitor! <3

ninetails commented 6 years ago

como o @Titowisk mesmo falou, "Trabalho é trabalho, diversão é diversão"... Claro que tem 2 lados: quando a pessoa gosta de trabalhar no que faz, mas o mais comum é algo que um professor meu disse: "Eu gosto de marcenaria, mas dou aula. (...) Trabalho não é pq gosto, mas pq ganho dinheiro pra gastar no que gosto, que no caso é a marcenaria".

Nem sempre dá pra trabalhar com algo que vc gosta, então tentamos sempre procurar algo que nos é suportável ou temos aptidão mas não necessariamente o que gostamos. Comecei com web e já sabia que queria trabalhar com isso. Gosto. Porém gosto muito mais de ficar jogando, assistindo animes etc. Já trabalhei em alguns eventos do gênero, foi legal, mas não me veria vivendo disso, tendo fins de semanas exaustivos sabendo que não teria tanto retorno (financeiro principalmente). Idem jogos, não me vejo debugando ou fazendo features em jogos pois sei que não teria saco de ficar vendo a mesma tela o tempo todo. Por outro lado, trabalhar com web me fez perder também a vontade de querer "brincar" em casa, aquela coisa de ver programação o dia inteiro e em casa vc não quer nem ver terminal na frente.

Quem tem que decidir se a área é pra vc é vc mesmo. Você se vê trabalhando com isso e gostando? (não precisa chegar no amar, como vc mesmo disse) E nas outras áreas, vc se vê trabalhando com isso? Acha que vale a pena arriscar saindo de algo mais sólido e com mercado aquecido como é o de programação para tentar algo que gosta? Nunca é tarde para se arriscar, mas é isso mesmo que quer? Já conheci gente que saiu de web e foi pra jogos, meio que um novo recomeço. Também nunca é tarde pra recomeçar (só começam a pesar mais as coisas pra recomeçar o quão mais demorar, como ter família que requer uma certa estabilidade, por exemplo)

maaryhabad commented 6 years ago

Bom, eu sou formada em Música na faculdade, sempre tive aquele pézinho nos games, tinha um tio que era técnico de computador. Sempre fui muito curiosa com tudo (não só computadores).

Quando estava pra me formar na 8ª série, me inscrevi pra fazer curso técnico de jogos digitais. Mas passei aquele ano inteiro doente e passei na prova no meio do primeiro semestre de aula, então decidi não cursar porque já tinha perdido grande parte dos conteúdos.

Fui parar num curso livre de Web Design no Ensino Médio (meio obrigada, porque queria mesmo ter feito hardware na época, mas a turma tava cheia e não tinha pro horário que eu podia). Conclui o curso com uma das maiores notas apesar de hoje, ter chego num consenso junto com a minha professora de que eu realmente não era uma boa aluna. Sai do Ensino Médio querendo cursar Psicologia, mas como tocava na banda do colégio e Psico era caro, meu pai meio que me obrigou a fazer Música (que era minha 2ª opção). Durante a faculdade me envolvi em inúmeros projetos e o que eu mais gostei foi a Global Game Jam. Eu passava dias e noites fazendo músicas e sons para jogos. Depois, fui escolhida dentre as pessoas do curso para fazer estágio no que hoje chamamos de ADA (Apple Developer Academy) e lá, eu também fazia som pra jogos.

Comecei a conviver com programadores e aquilo tudo parecia muito interessante. Daí eu decidi que ia aprender a programar, então vivia pedindo exercícios de programação e lógica para os professores. Tentei a prova para Desenvolvedor no ADA 5 vezes e não passei em nenhuma. Com um pouco mais de conhecimento em programação, comecei a procurar emprego na área (já estava formada em música porém decidida em trabalhar com jogos). Consegui um emprego pra dar aula de programação de jogos pra crianças, o que me ajudou bastante com a parte da lógica e enquanto eu trabalhava dando aula ia procurando cursos para aperfeiçoar minha programação. Me inscrevi pro Reprograma em São Paulo (sou de Curitiba) e fui fazer o curso. No reprograma, descobri um mundo de programação muito maior que só os jogos que eu tinha antes.

Na volta do Reprograma, decidi que ia trabalhar numa empresa de tecnologia e hoje sou Líder Técnica (controlo uma sala cheia de programadores).

Programar pra mim é algo novo e emocionante. É lidar com erro e acerto à todo momento. É entender limitações, propor soluções. E como boa professora, adoro essas coisas.

Sobre meu sonho? Meu sonho mesmo é dar aula de tecnologia na universidade. Garantir a formação de professores que saibam o potencial técnico e criativo que eles tem e abrir a possibilidade de criar inovação na área de educação.

davidallysson commented 6 years ago

Acho que o que foi falado pelo @woliveiras e o @Titowisk foi mt bem colocado. Mesmo para alguém que "ame fazer código", se não houver isso de propósito... você não consegue progredir por muito tempo.

Eu, particularmente, interpretei sua pergunta de maneira um pouco diferente. Algo mais puxado para: "quando você entendeu que programar era o que você queria fazer da vida?".

Desde pequenininho sempre gostei de puzzles, desafios de lógica, coquetel... etc, etc. Quando tinha 12 anos amava fazer projetos numa engine de games chamada RPG Maker. Depois de "velho" descobri que essas coisas eram indícios muito fortes de que resolver problemas ia ser algo que eu ia "gostar" de trabalhar.

Acho que "amar" é uma palavra muuito forte. Para sempre manter sua paixão pelo que se está fazendo é necessário sempre estar fora da "inércia", sempre buscar algo mais...

É assim que penso.

Brepe commented 6 years ago

Passei por esse mesmo pensamento a uns anos atrás, quando iniciei a faculdade e cheguei a querer desistir. Acho que uma pequena porcentagem de pessoas são do tipo que conseguem AMAR algo, de verdade, tem pessoas que nunca irão amar nenhuma atividade de trabalho, apenas se sentir confortáveis. Como eu tinha uma grande ligação com literatura e artes, programar não era meu sonho de adolescência, mas achei muito interessante quando vi os códigos web e o que podia fazer com eles, e também porque lido melhor com máquinas do que com pessoas, então resolvi ir pra TI, ainda meio perdida. Sabe o sentimento de fazer um sistema funcionar? Se pra você ele compensa todo estresse e dificuldade que foi pra fazê-lo, acho que é a área certa. A experiência profissional vai fazer você descobrir muita coisa sobre a área, aconselho tentar. Mas mesmo antes disso, coloque suas ideias de sistemas em prática, não só as ideias pequenas, mas as grandes, vai fundo até ver aquilo pronto, isso vai te ajudar. Eu só decidi que queria ser dev a 3 anos, e olha que iniciei a faculdade a 6.

LucasLuke commented 6 years ago

Sou desenvolvedor tem uns seis anos, sou formado em sistemas de informação e sempre um curioso na área de computação. Logo quando entrei na faculdade e tive o primeiro contato com programação aquilo foi um baque, totalmente um outro mundo. Tive muita dificuldade para aprender a programar, pois tinha rotina puxada, trabalhava durante o dia como office boy e a chegava na faculdade esgotado. No terceiro semestre tomei a decisão de sair do trabalho para me dedicar totalmente a faculdade e, como qualquer pessoa tive inúmeras dificuldades principalmente em casa onde minha família passava por um período muito difícil e delicado. Comecei a procurar estagio e a cada entrevista que fazia tomava um não, minha família começava a mim perguntar o que era que acontecia por que fazia varias entrevistas e não passava em nenhuma( era muito tímido), mas de tanto procurar eis que conseguir logo dois de vez para escolher entre suporte e programação. Escolhi programação e a partir daí comecei a me encontrar na área e ter a certeza que era realmente o que queria e hoje não me vejo em outra coisa.

gabriel-hahn commented 5 years ago

Comigo foi algo parecido. Sempre curti computadores e tive um primeiro contato com programação por causa de jogos online, no qual "tentei" montar meu server pirada :). Quando entrei na faculdade de Eng. Computação, queria mexer com hardware pois achava legal (ainda acho incrível), porém a programação de software me chamou a atenção. Tive muita dificuldade no começo, não entendia direito as coisas e achava algo completamente difícil, principalmente quando se começa usando C e não se tem muito feedback visual a não ser caracteres no cmd, pelo menos obviamente para um iniciante. De qualquer modo, cheguei até mesmo a desenvolver um game de corrida com um amigo que rodava no cmd, curtia ver o resultado mesmo que limitado. A uns 3 anos, quando comecei a trabalhar profissionalmente com programação, comecei a curtir o que eu fazia, mas ainda não "amava". Gostava de programar e trabalhar, acordava com vontade de resolver os problemas na minha empresa (trabalhava com C# para o Business One, software da SAP). Somente depois que mudei para a parte web é que realmente me apaixonei pelo que faço. Resumindo, mesmo sendo desenvolvedor, demorei a encontrar uma tecnologia ou área que eu pense algo tipo "Bah, eu amo o que faço e quero ser expert nisso!". Hoje, não me vejo trabalhando em outra área. Talvez não trabalhe com desenvolvimento Web ou mobile para sempre - IA está ai :), mas acredito que sempre vou estar envolvido com programação, pois é algo que mesmo não sendo uma maravilha em muitos casos, a sensação de entregar algo que auxilie o cliente, otimizar tarefas e poder desenvolver o que tu quer é algo realmente inspirador.